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"We love you" - Freddie Mercury

 

Live Magic, o segundo álbum ao vivo dos Queen, foi gravado no Estádio de Wembley e no Knebworth Park, Inglaterra, e em Budapeste, na Hungria, durante a digressão europeia da Magic Tour, que decorreu de Julho a Agosto de 1986.

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Produzido pela banda e pelo engenheiro de som e colaborador de longa data dos Queen, Trip Khalaf, e com a engenharia de som a cargo de John Brough, o disco foi editado em Dezembro de 1986 e teve um impacto considerável para um álbum ao vivo, com mais de 400 000 cópias vendidas no Reino Unido, mesmo sem a ajuda de um single para o promover. Nos Estados Unidos, só seria lançado uma década mais tarde, em 1996, depois de a Hollywood Records ter comprado o catálogo completo dos Queen.

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A capa apresenta uma montagem fotográfica da banda com imagens tiradas em vários concertos da digressão, enquanto o desdobrável interior exibe o helicóptero do grupo a aproximar-se do relvado de Knebworth Park, cenário daquele que viria a ser o derradeiro concerto dos Queen com Freddie – embora na altura ninguém o soubesse.

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O concerto em Knebworth foi uma adição tardia à digressão Magic, tendo sido acrescentado à pressa na sequência da enorme procura de bilhetes para os espectáculos de Manchester e Newcastle, e de duas noites no Estádio de Wembley, em Londres, que tinham deixado milhares de fãs britânicos de mãos vazias e desapontados.

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Algumas canções ficaram notoriamente fora do álbum, como Now I’m Here e Crazy Little Thing Called Love, e as que foram incluídas acabariam por ser editadas para caberem num único disco. Live Killers, a primeira gravação ao vivo dos Queen, de 1979, fora um álbum duplo.

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A Magic Tour, com 26 concertos, teve início em Estocolmo, na Suécia, em Junho de 1986, e terminou com a última actuação ao vivo dos Queen com Freddie Mercury, no Knebworth Park, em Hertfordshire, Inglaterra, a 9 de de Agosto. A digressão levara a banda a outros locais do país e também à Suécia, Holanda, França, Bélgica, Alemanha, Suíça, Irlanda, Inglaterra, Áustria e Espanha.

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Esta digressão representou ainda a estreia dos Queen atrás da Cortina de Ferro, no Nepstadion de Budapeste, onde conseguiram o feito de serem a primeira grande banda de rock a tocar num estádio do Bloco de Leste. Os 80 000 bilhetes esgotaram em poucas horas (tal como aconteceu, aliás, com os restantes concertos da Magic Tour). O espectáculo foi gravado pela Agência Estatal de Cinema Húngara, Mafilm, em colaboração com a Queen Films, e na gravação foram utilizadas todas as câmaras de 35 mm existentes na Hungria. A versão final editada, Magic In Budapest, foi exibida em todo o bloco comunista, além de ter esgotado nas salas de cinema húngaras ao longo do mês de Dezembro de 1986. Posteriormente, seria lançada em todo o mundo uma versão editada em vídeo que incluía filmagens extras da estadia húngara da banda. O vídeo, Live In Budapest, foi editado pela Picture Music International em Fevereiro de 1987. Mais recentemente, em 2012, foi lançado em DVD, Blu-ray e CD, mas desta vez foi incluído o concerto integral, com o som e imagens superiores aos produtos originais. Com uma embalagem diferente e um título novo, Hungarian Rhapsody: Live In Budapest, este concerto, tal como o anterior Live At Wembley Stadium, é uma memória fantástica desta digressão notável dos Queen.

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O espectáculo de Magic começa com a introdução de One Vision, e enquanto o imenso palco é engolido pelo fumo (o palco é iluminado pelo maior equipamento de luz alguma vez usado pelos Queen), a banda arranca com os primeiros acordes desta faixa dramática inspirada no Live Aid. A versão de One Vision incluída no álbum foi gravada no concerto de Knebworth, tal como a maioria das restantes canções (apenas quatro foram retiradas de outros espectáculos), e foi interpretada diante do maior número de pessoas que alguma vez pagaram para assistir a um concerto ao ar livre em Inglaterra: mais de 120 000 fãs juntaram-se no relvado do parque de Knebworth para aquela que é habitualmente referida como A Night Of Summer Magic (Uma Noite de Magia no Verão).

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Segue-se Tie Your Mother Down, com os seus familiares riffs de guitarra e sabor a rock pesado, e depois uma breve interpretação de Seven Seas Of Rhye, de 1974. A Kind Of Magic vem logo a seguir, sucedida pela aclamada Under Pressure, da dupla Queen/Bowie, ambas gravadas no concerto de Budapeste. O estrondoso êxito internacional Another One Bites The Dust é a próxima música, com Freddie a interagir com o público, seguida de outra canção de John Deacon, I Want To Break Free.

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O ritmo abranda ao som da comovente Is This The World We Created …?, com Brian na guitarra acústica sentado ao lado de Freddie, enquanto os restantes membros do grupo deixam o palco, uma interpretação gravada no primeiro dos dois espectáculos em Wembley. Segue-se Bohemian Rhapsody, parte integrante, em diferentes formas, do alinhamento ao vivo da banda desde 1975 e, obviamente, uma das várias canções que se mantiveram nos concertos até à derradeira apresentação do grupo.

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O álbum termina de forma semelhante à maioria dos últimos concerto dos Queen, com uma sequência dos seus êxitos mais amados e conhecidos: Radio Ga Ga, com a audiência a participar num espectáculo sincronizado de braços no ar a bater palmas, e, logo depois, We Will Rock You, Friends Will Be Friends e We Are The Champions, com a multidão a acenar e a cantar com Freddie até às suas últimas palavras da noite: «We love you». A gigantesca audiência aplaude pela última vez, enquanto Champions encerra o espectáculo e se ouvem os primeiros acordes de God Save The Queen. Termina mais um concerto e mais uma digressão, e os membros da banda abandonam o palco juntos, literalmente, pela última vez.

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A digressão europeia Magic Tour foi a mais bem-sucedida de sempre dos Queen. Gerou uma receita superior a 11 milhões de libras e foi vista por mais de um milhão de pessoas. Os espectáculos realizados no Reino Unido foram, na época, o maior êxito de bilheteira na história do rock britânico, batendo todos os recordes de espectadores e superando, em vendas de bilhetes, digressões anteriores de Bruce Springsteen e dos Rolling Stones.

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No final de 1986, a EMI editou em CD todos os álbuns dos Queen, que se tornaram assim a primeira banda a ter o seu catálogo integral disponível naquele formato.

 

1 - One Vision  (Queen)
2 - Tie Your Mother Down  (Brian May)
3 - Seven Seas Of Rhye  (Freddie Mercury)
4 - A Kind Of Magic  (Roger Taylor)
5 - Under Pressure  (Queen & David Bowie)
6 - Another One Bites The Dust  (John Deacon)
7 - I Want To Break Free  (John Deacon)
8 - Is This The World We Created ...?  (Freddie Mercury/Brian May)
9 - Bohemian Rhapsody  (Freddie Mercury)
10 - Hammer To Fall  (Brian May)
11 - Radio Ga Ga  (Roger Taylor)
12 - We Will Rock You  (Brian May)
13 - Friends Will Be Friends  (Freddie Mercury/John Deacon)
14 - We Are The Champions  (Freddie Mercury)
15 - God Save The Queen  (arr. Brian May)

 

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