Na sua entrevista exclusiva gravada em Tenerife, Brian May revela a razão pela qual All The Way From Memphis dos Mott The Hoople está incluída no álbum Another World e o conselho fulcral que recebeu de Ian Hunter.
"Os Mott the Hoople eram uma grande influência para nós. Eram como que os nossos mentores. Nós estamos apenas a começar como uma banda de Rock. Temos tantas grandes ideias. Temos músicas, temos ideias para apresentações, etc. Mas nunca estivemos em digressão, felizmente como banda de suporte dos Mott the Hoople, que são uma grande banda naquela altura. De facto, eles deveriam ter sido maiores se não se tivessem separado. Acho que teriam sido como os Stones ou assim."
"Mas fomos a banda de apoio deles, abrimos para eles por todo o Reino Unido (...) e aprendemos como lidar com a audiência. Quer dizer, tínhamos grandes ideias. Mesmo naquela altura, eramos rapazes precoces. Mas lembro-me de ver os Mott the Hoolple entrar em palco e toda a audiência entrava em erupção porque estava planeado daquela maneira."
"Eu digo planeado porque tu trabalhas com a audiência com que queres estabelecer contacto. Tu não chegas e começas a tocar e esperas que algo aconteça. Pelo menos, nós não. Sabes, tu tens aquela oportunidade de animar, de apaixonar, de inspirar uma audiência. E eles faziam isso. Eles continuavam e continuavam… e o local entrava em erupção total."
“E o Ian Hunter como pianista, não há muitas pessoas que conseguem chegar lá como teclistas, mas ele fazia-o com… Ding, ding, ding, ding, ding, ding, ding, ding, ding, ding. E era a All The Way From Memphis, e quando as guitarras entravam assim, eu pensava, ‘Sim, é aquilo que quero fazer’. Novamente, uma grande inspiração para mim.”
“E então fiz a All The Way From Memphis neste álbum. Adoro. E recebi uma pequena citação do Ian Hunter. Ele é um velho reles e miserável, mas eu adoro-o. Ele uma vez deu-me um grande conselho."
"Estamos a meio da digressão. Acho que estamos em Memphis no Tennessee. Tenho o queixo caído, os meus olhos estão bem abertos. Nunca vi nada como isto. Era o caos. É como, imaginas que seja uma digressão de Rock, o concerto, o hotel, tudo e sentámo-nos como o Ian num final de noite e ele diz, "Brian, estas a gostar disto?" e eu digo "Sim, eu disse que… nunca tinha experienciado nada como isto."
“E ele diz, "Sentes saudades da tua vida em casa?" e eu disse, "Bem, realmente tens razão." Então eu disse: "Sinto saudades das coisas à minha volta. Tenho saudades das minhas coisas, das minhas pessoas e tudo. Ele disse, "Brian. Se sentes saudades das tuas coisas e das tuas pessoas, estás no negócio errado."
"Então esse é o conselho, o qual eu então aceitei. Felizmente. Persisti, mas é um negocio complicado, sabes, quando arriscas ser um músico de Rock a serio. Tens que te despedir da tua vida em cada por longos períodos de tempo. E todas as tuas coisas que pensavas serem essenciais para ti, todas as coisas que te fazem sentir seguro. Todas as pessoas que te apoiam. Tens de dizer adeus."
"E naquela altura, era ainda pior porque não podíamos comunicar. Quando estas na Estrada, não podes ligar para casa. Nós não podíamos. Não tínhamos dinheiro para ligar para casa na primeira vez que andámos em digressão. Então, arrependo-me? Claro que não, porque me deu vida. Foi uma vida incrivel, e abriu as portas para tantas outras coisas."
Another World de Brian May já está à venda em: www.BrianMay.lnk.to/AnotherWorld
Fonte: Queen Online