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Os Queen no Rock in Rio de 1985


A histórica atuação dos Queen na Barra da Tijuca em 1985 está a completar trinta e oito anos, vamos agora recuar até à fundação daquele que o foi o primeiro Rock in Rio de sempre e recordar a histórica atuação do grupo.


Roberto Medina tinha o sonho de realizar um grande festival de música no Rio de Janeiro, para tal estabeleceu contacto com Jim Beach (manager dos Queen), através de Billy Bond. Medina conseguiria assim colocar o seu projecto em prática.


Apesar de Roberto Medina ser o grande mentor do Rock in Rio, Miami – alcunha dada por Freddie Mercury a Jim Beach, teve um papel absolutamente fulcral na realização do festival.


Jim Beach incentivou outros grandes artistas a actuarem no festival. O manager viajou mesmo até ao Rio em Dezembro de 1984, assegurando-se que tudo estaria em ordem para aquele que seria o maior festival de sempre no Brasil. A sua ajuda estendeu-se inclusivamente à parte logística, permitindo que o equipamento de som e luz dos Queen fosse utilizado por todas as bandas ao longo do Rock in Rio.

O cartaz do primeiro Rock in Rio foi verdadeiramente épico, praticamente irrepetível no que toca à sua magnitude. O festival decorreu durante dez dias, entre 11 e 20 de Janeiro de 1985, na Barra da Tijuca – Rio de Janeiro. Por lá desfilaram alguns dos maiores nomes do Rock daquela época, AC/DC, B-52'S, Iron Maiden, Nina Hagen, Ozzy Osbourne, Rod Stewart, Scorpions, Whitesnake, Yes, e, claro, os Queen estiveram lá. No entanto não faltaram também alguns dos grandes da música brasileira, como Ney Matogrosso, Gilberto Gil, Paralamas do Sucesso ou Barão Vermelho.

Coverdale que viria a recordar esse voô: “Voei para o Brasil com o Freddie Mercury. Já nos conhecíamos há muito tempo. Ele estava com o segurança dele e eu com nosso manager da digressão, e fomos juntos, acho que o voo saía de Frankfurt, na Alemanha. (…) Só estivemos a beber (risos). Foi uma viagem muito longa. Lembro-me que estávamos na primeira classe, acho que da Lufthansa, estava vazio e tinha um serviço de bordo incrível.


Os Queen seriam então anunciados em dose dupla no Rock in Rio, a primeira data aconteceria logo na abertura do festival a 11 de Janeiro, já a segunda ficaria reservada para dia 18 desse mesmo mês.


O concerto do dia de abertura, foi transmitido em directo para toda a América Latina, os Queen entrariam em palco já na madrugada de dia 12 de Janeiro perante uma Barra da Tijuca super lotada, à data, este foi o maior evento para a banda em termos de público, cerca de 250 mil pessoas. Este foi um estrondoso concerto, com Love of My Life a ser um dos pontos altos da noite. A prestação do público deixou Freddie emocionado e a banda ficou sem palavras, este momento tornar-se-ia num dos marcos históricos na carreira dos Queen.

Também nesta noite nasceu uma verdadeira fake news, que afirmava que o público brasileiro não tinha gostado do figurino do Freddie em I Want To Break Free, algo que é pura e simplesmente mentira. Os fãs presentes naquele momento, desmentiram a história de Freddie ter sido vaiado e apedrejado devido ao seu figurino. O fã Roberto Camizão esteve lá, e explicou no livro “Queen no Brasil - 40 anos depois, a Magia Continua” da autoria de William Nilsen, que este mal entendido se deveu ao Freddie ter lançado os seus peitos de plástico para o público. O adereço acabou por ficar preso, levando a que uma grande multidão tentasse agarrar o presente vindo do palco. Gerou-se assim uma grande confusão com os seguranças, que foram apedrejados com pequenos cascalhos que se encontravam no chão. Ou seja o público do Rock in Rio nunca quis faz mal a Freddie Mercury como essa fake news sempre se tentou passar.


A segunda passagem da banda pelo palco do Rock in Rio, seria mais uma noite extraordinária, carregada de sentimentos antagónicos, afinal os Queen estavam de volta à Cidade do Rock mas esta era a sua última atuação. Deste concerto resultaria Rock in Rio Blues, o improviso dos Queen dedicado ao Rock in Rio e seu público, tema este que viria a ser lançado, em 1995 como lado B da A Winter´s Tale.

Estes dois históricos concertos dos Queen foram gravados de forma profissional, estando essas imagens espalhadas um pouco por todo o lado, o que ajuda a transportar-nos para um dos pontos mais altos carreira da banda. No entanto as históricas noites da banda na Cidade do Rock em 1985 nunca foram alvo de um lançamento de luxo, algo muito desejado pelos fãs.


Agradecimentos especial a William Nilsen.

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