Foi no dia 2 de Julho de 2005 que os Queen + Paul Rodgers atuaram no Estádio do Restelo, passam-se assim hoje dezoito anos desde este histórico concerto. Esta data teve ainda a particularidade de ter marcado o primeiro concerto em Estádio dado pela banda após a partida do nosso querido Freddie.
Os Queen + Paul Rodgers faziam a sua primeira digressão que ao todo contou com quarenta e um concertos. A banda era constituída pelos nossos Brian May e Roger Taylor, acompanhados por Paul Rodgers nos vocais, o velho conhecido Spike Edney nas teclas, Danny Miranda ocupava o posto no baixo, e Jamie Moses fazia as sua vezes na guitarra rítmica.
A lamentar ficou a promoção oficial do concerto, muito aquém das espectativas, o que gerou muita preocupação entre os fãs, afinal tratava-se da primeira vez dos Queen em Portugal, mesmo que num formato mais reduzido. A crescente preocupação resultou numa verdadeira febre Queenesca em Portugal e na altura foram muitos os fãs através do Keep Queen Alive – o Clube de Fãs da época que se organizaram num gigantesco trabalho de promoção deste concerto.
Foram muitas as acções, desenvolvidas pelos fãs, em prol da promoção da data. Dando sempre muito do seu tempo, numa entrega total. Este pessoal conseguiu inclusivamente ir à SIC, ao programa do Herman, promovendo os Queen e claro o concerto de 2 de Julho de 2005.
Depois de todo este esforço, o dia 2 de Julho de 2005 finalmente chegou e claro, tornou-se um marco para todos os fãs Portugueses dos Queen, pois, quem passou pelo Restelo naquela tarde/noite participou de um momento histórico.
Recordemos agora um pouco do ambiente que antecéu o concerto no Restelo, através de um vídeo do nosso amigo Pedro Silva.
De Tie Your Mother Down, passando por Crazy Little Thing Called Love, Love Of My Life e claro a eterna Bohemian Rhapsody, muitos foram os êxitos dos Queen cantados em plenos pulmões por todos aqueles que se deslocaram ao Restelo.
Todo o trabalho dos fãs envolvidos na promoção deste concerto, foi e continua para nós a ser uma enorme inspiração, algo que nos motivas a continuar a dar tudo pelos nossos rapazes. Terminamos agradecendo tudo o que esse fãs fizeram nessa época, em que a internet não era como é hoje, e em que tanto deram em prol desta causa que são os Queen.
(foto de: Brad Gregory. © Queen Touring Ltd.)
Queen The Greatest: uma celebração de 50 dos maiores momentos da história dos Queen até agora.
Uma série de 50 semanas no YouTube que celebra os momentos-chave da história dos Queen lembrando-nos o porquê da banda e da sua música continuarem a ser amadas em todo o mundo.
Nesta semana uma retrospectiva da colaboração entre os Queen e Paul Rodgers que incluiu uma série de digressões esgotadas por todo o mundo - com Brian e Roger a actuar pela primeira vez em algumas cidades, bem como revisitar alguns dos antigos destinos favoritos da banda.
Brian May "Aconteceu quase por acaso, num espectáculo de prémios. Toquei com Paul Rodgers, que era um dos nossos heróis, e lembro-me de sair do palco e a companheira do Paul disse: 'Oh, vocês realmente parecem ter uma grande química'. Tudo o que precisam é de um baterista'. E eu respondi, 'bem, acho que conheço um baterista!""
Uma aparição casual em 2004, na cidade de Londres, no espectáculo do 50.º aniversário da Fender Stratocaster, reuniu Brian May e um dos vocalistas favoritos de Freddie e da banda, este encontro abriria uma nova era de digressões e gravações para Brian e Roger.
O Queen The Greatest regressa assim esta semana a 2005 para celebrar uma colaboração que 'agitou o cosmos' - Queen + Paul Rodgers.
Taylor Hawkins: "Sempre tive esperança, porque Brian e Roger, não querem manter aquele Lamborghini na garagem. Quer dizer, é preciso conduzir aquele carro dos diabos vez em quando. Por isso, tinha esperança que encontrassem alguém".
Brian May: "Fizemos espectáculos estranhos sabes... Como Queen, em certo sentido, contando com artistas convidados. Simplesmente, foi... lembro-me de dizer não há muitos meses quando alguém disse: "Podem fazer uma digressão dos Queen, e pode-se chamar-lhe dos Queen? E eu disse, 'bem, não, na verdade não. A não ser que haja um milagre. Se acontecer um milagre e encontrarmos a pessoa certa para cantar... então sim'".
Brian May: "Embora estivéssemos orgulhosos do que tínhamos feito, não queríamos ir por aí fora e ser novamente os Queen sem o Freddie. E isso aconteceu quase por acaso num espectáculo de prémios. oquei com Paul Rodgers, que era um dos nossos heróis, e lembro-me de sair do palco e a companheira do Paul disse: 'Oh, vocês realmente parecem ter uma grande química'. Tudo o que precisam é de um baterista'. E eu respondi, 'bem, acho que conheço um baterista!"".
Os Queen anunciaram uma colaboração planeada com Paul Rodgers em Outubro de 2004, depois apareceram juntos quando a banda foi empossada no Hall of Fame do Reino Unido, a 22 de Novembro, intrepretando We Will Rock You We Are the Champions e All Right Now.
A primeira actuação pública do grupo foi num concerto em George, África do Sul, em Março de 2005, o segundo concerto dos Queen em apoio à campanha de sensibilização contra a SIDA 46664 de Nelson Mandela. Isto acontecia pouco depois da banda ter anunciado uma digressão mundial.
Roger Taylor: "Brian e eu descobrimos que ainda temos a magia em palco. Por isso é óptimo estar a fazer isto com um cantor diferente, mas a magia dos Queen ainda está lá, absolutamente presente".
A sua primeira digressão incluiu 41 datas em toda a Europa, EUA e Japão - vendo os Queen regressarem a locais famosos como o Hyde Park de Londres e o Hollywood Bowl em LA. Um ano depois, seguiu-se outra digressão norte-americana.
Brian May: "Ele gostava de cantar muitas das coisas dos Queen. Mas nem tudo, claro... Nem tudo se lhe adequava, mas foi uma boa combinação durante algum tempo. Acabámos por dar dias vezes a volta ao mundo com Paul. (...) Eu ainda ia para os espectáculos e pensar: 'bem, costumávamos fazer isso, não era? Costumávamos tocar em arenas e isso'. E de repente, do nada, estamos na mesma arena novamente e é incrível ainda podermos fazer isso, as pessoas ainda querem vir e encher essas arenas, e ainda podemos diverti-las".
Roger Taylor: "Ele era muito independente e pertencia mais ao campo do tipo blues-soul, em que não há ninguém melhor".
Roger, Brian e Paul levaram depois a sua parceria para o estúdio, que resultou no álbum The Cosmos Rocks. A este viria a seguiu-se outra grande digressão que, para além de percorrer a Europa e a América do Sul, levou os Queen a conseguirem finalmente actuar na Rússia.
Mas para começar, a banda foi primeiro à Praça da Liberdade de Kiev para actuar diante de uma espantosa multidão de 350.000 pessoas.
No final dessa digressão, Queen e Paul decidiram que estava na hora de cada um seguir o seu caminho, tendo conseguido muito mais do que tinham imaginado à partida.
Brian May: "E mais uma vez, penso que Roger e eu pensámos: 'OK, pronto, acabou'. Fizemos isso, e fizemos aquilo, e não há ninguém lá fora. Não queremos empregar alguém para copiar Freddie. Porque faríamos isso? Simplesmente não faria sentido".
Mas afinal, o destino estava prestes a intervir, ao apresentar Brian e Roger a outro cantor notável.
Em cada tema, cada fã tem a sua opinião, e como espaço plural que somos, vamos mostrar a opinião do nosso colaborador John Aguiar sobre a parceria Queen + Paul Rodgers, que é totalmente contrária à da nossa administração, que retira da colaboração com Paul algo muito interessante, com conteúdos muitos bons, e que pela primeira vez trouxe a Portugal os nossos heróis.
Paul Rodgers é um vocalista com uma vasta carreira musical que vem desde finais da década de 60. Destacou-se inicialmente, até inícios dos 70’s, com a banda Free, numa mistura entre rock e blues, ajudando a banda a ser uma das mais relevantes do panorama musical inglês durante a sua curta carreira. O hit “All Right Now” é dessa época. Pelos 70s, depois de encerrar as actividades com a sua primeira banda, Rodgers ajudou a fundar os Bad Company (um dos elementos da banda era um dos guitarristas dos Mott The Hoople, fulcrais no início carreira dos Queen), coleccionando também alguns hits de algum destaque. Nos 80’s e 90’s, entre aventuras a solo e noutras bandas menores, manteve uma produtividade constante.
Surge-me este tema hoje por ter lido as palavras de Rodgers a uma rádio americana. Long story short, em 2004 surge a oportunidade deste se juntar aos Queen e o resto é uma história com capítulos interessantes. Não vou fazer o descritivo da carreira dele “connosco”, é conhecida. Optarei antes por falar da referida entrevista. Rodgers apelidou o tempo nos Queen como uma aventura louca, saída do nada, mas encarada como um enorme desafio, em que o próprio tinha de se colocar a teste, a ver se conseguia. Não se acobardar perante tamanha tarefa. E a verdade é que os Queen voltaram às tours e ao estúdio com Rodgers. E com relativo sucesso. De destacar ainda a postura do vocalista, ao referir, na dita entrevista, que ainda hoje é amigo de Brian e Roger e que “love the guys”. Brian May, noutra ocasião, havia referido também que o tempo com Paul Rodgers, com quem se divertiram à grande, foi mesmo uma grande experiência, mas que Lambert é mais a cena Queen.
Pessoalmente, tenho de concordar com Brian May, que havia referido que Rodgers levou a banda a novos territórios. Mais bluesy. Eu estive em Belém em 2005 e foram de facto uns Queen diferentes… Não irei dar uma apreciação ao concerto em si, mas notou-se que a banda estava a explorar novas sonoridades. Uns Queen adaptados aquilo com Rodgers (que é um excelente cantor) tinha para oferecer. Admito que talvez Brian e Roger quisessem também fazer coisas diferentes com o catálogo dos Queen. Não vou dizer que está certo ou errado, pois Bri e Rog têm legitimidade para tudo (e não estão a desrespeitar Freddie no que concerne ao aborrecimento do seu legado). Apenas, desculpem… Não eram os meus Queen. Foi giro ver Brian May e Roger Taylor ao perto (e que falta me fez Deacon), mas não eram os meus… Mas de facto, foi giro vê-los ali, ao vivo. Foi óptimo perceber a vontade, depois de 20 anos sem levarem Queen a concerto, daqueles dois imponentes dinossauros em fazer música para milhões de fãs. Em ser aquilo que sempre foram: dedicados a nós! E nisso foram insuperáveis. Mas a música não era a mesma e o sabor, no fim, demasiado agridoce.
Cosmos Rocks. Epah, sem rodeios. Detesto! É uma mancha no CV dos Queen. Não consigo engrenar na cena do facto de ter o nome Queen ser suficiente para gostar… Foi, a meu ver, um erro grande fazer um disco com Rodgers. Lá está… May e Taylor sentiram-se legitimados para tal, nada contra. É como digo, respeito-os, é a vida deles. Mas como fã… caramba! Que gaffe… Rock fanhoso e fácil, sem qualquer daquela centelha da nossa grandeza. Admito, ouvi o disco uma vez, logo quando saiu, e nunca mais lhe toquei. Letras fáceis… Rápidas demais. Aquela coisa muito “nós somos velhos, mas somos bué rock n’ rol”. Sem aquele “tongue in cheek” que são os Queen. Aquela provocação. Rodgers dá o máximo das suas características. E leva a nossa música a novos territórios… Mas são territórios difíceis para nós. Diferentes. Demasiado fora.
O stint de Paul Rodgers connosco foi, convenhamos, um bálsamo para todos nós. Há anos que não sabíamos o que era Queen em palco. Eu nunca sequer havia visto May e Taylor ao vivo. Sim, foi um registo diferente, porque encarámos o facto de Freddie ser inimitável e que qualquer coisa serviria desde que tivéssemos mais Queen. Mas… não é assim. E não é a minha praia. Sou muito “Deacon” nestas coisas ficam a saber. Sim, May e Taylor, não me canso, estão plenamente legitimados. É a vida deles, caramba! Respeito-os à brava. Mas não foi mesmo para mim aquele período… E ainda hoje não lido bem com o facto, sobretudo, de existir um álbum chamado Cosmos Rocks com o nome Queen… Mesmo que com Paul Rodgers.