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Neste dia os Queen atuavam no histórico Live Aid


Queen

A 13 de Julho de 1985, dava-se uma das datas mais icónicas da história dos Queen e mesmo do todo o mundo da música, ou seja, neste dia realizava-se o histórico Live Aid.


Os Queen foram convidados à última da hora para o evento, mas a verdade é que acabaram por dar um concerto que é ainda hoje considerado como o melhor de todos os tempos. Ou seja, quem comprou os bilhetes para o Live Aid não sabia ainda que iria ver Queen e mesmo assim toda a audiência ficou totalmente rendida à banda, também… quem é que não ficaria?


No dia em que passam trinta e oito anos deste dia mágico gostaríamos de recordar pouco do que foi este grande evento. A organização ficou a cargo de Bob Geldof e Midge Ure dos Ultravox, e mote foi a luta contra a fome na Etiópia.


Recuemos agora até 1984, quando Geldof viu uma reportagem sobre a situação na Etiópia e inspirou-se para escrever a icónica Do they Know is Christmas?, sendo que coube a Ure criar uma melodia para o tema. Depois da camposição criada coube a Geldof convidar os grandes nomes da cena musical britânica para gravar este tema sob o nome Band Aid. Este single vendeu mais de 2 milhões de cópias e inspirou Quincy Jones a criar USA for Africa e o seu grande sucesso de 1985 We Are The World.

Bob Geldof

O sucesso destas iniciativas levou Geldof e Ure a querer criar um grande evento de recolha de fundos que fosse como uma "jukebox global" com 16 horas de emissão contínua, sendo que os concertos principais foram no Wembley Stadium - Londres e no JFK Stadium - Philadelphia. As transmissões foram acompanhadas por mais de 1.5 mil milhões de pessoas por todo o mundo tendo o evento gerado cerca de 100 milhões de dólares.


Os artistas convidados incluíram The Who, Black Sabbath, U2, Duran Duran, David Bowie e Led Zeppelin com Phil Collins na bateria, entre muito outros grandes nomes da música. De destacar que Collins foi o único artista a aparecer em ambos os palcos do Live Aid tendo apanhado o Concorde com destino a Filadélfia depois da sua atuação em Wembley.

Phil Collins

Não existem dúvias que os Queen dominaram completamente o estádio de Wembley com uma set-list criada especialmente para a ocasião que incluiu Bohemian Rhapspdy; Radio Ga Ga; Hammer to Fall; Crazy Little Thing Called Love; We Will Rock You e We Are The Champions, tendo a banda regressado a palco para interpretar Is This The World We Created...? Para a eternidade ficaram os icónicos jogos vocais com o público de Wembley; e até a dança de Freddie Mercury com o cameraman que mais uma vez mostraram que o vocalista dos Queen era o mesmo o derradeiro showman. O simples outfit de Freddie, que consistia numa camisola de cavas branca com umas calças de ganga e os uns ténis adidas, tornar-se-ia completamente icónico. Não esquecer ainda aquela mítica pulseira no braço direito e cinto preto para completar o conjunto!

Freddie Mercury

Aqueles inesquecíveis momentos dos Queen em Wembley, foram habilmente recriados, até ao mais ínfimo pormenor, no biopic Bohemian Rhapsody de 2018, que nos transportou das nossas cadeiras até aquele dia 13 de Julho de 1985.


Aproveitemos a efeméride para desmitificar um mito, que acaba por surgir também no filme, isto é, que o som em Wembley teria sido aumentado durante a atuação dos Queen, afirmação esta que já foi desmentida várias vezes. Para quem quiser ler com mais detalhe deixamos aqui o artigo do Express que explica toda esta situação com enorme detalhe.

De qualquer maneira vamos agora desmistificar um pouco esta história. Para começar as regras sobre o limite de decibéis que poderiam ser emitidos eram muito restritas e um relatório emitido após o concerto mostra também que não houve nenhuma violação dessas regras, ou seja, o som não poderá ter sido aumentado.

E por outro lado, o engenheiro de som dos Queen, Trip Khalaf, era conhecido por ser muito hábil a maximizar a saída de som dos Queen, assim conseguiu mantê-lo dentro dos limites de decibéis que foram impostos ao mesmo tempo que o fez soar mais alto. Ou seja, o som não estava mais alto, mas as grandes habilidades técnicas de Khalaf faziam com que os Queen soassem mais alto. E a verdade é que algumas das outras bandas presentes do Live Aid não tinham esta vantagem e acabaram por ter alguns problemas com a saída do seu som.


Apenas mais uma curiosidade sobre o retrato deste momento no filme… Nessa cena específica, podemos ver Jim Beach a ir até à mesa de mistura para aumentar o som dos Queen. Mas como já vos dissemos Trip Khalaf é que era o engenheiro de som e estava responsável pelo som dos Queen… Mas será que o filme se esqueceu desta importante personagem? Claro que não! No meio da multidão do Live Aid, podemos ver um rapaz a seguir atentamente o concerto dos Queen, se virem a fotografia abaixo, é fácil perceber quem é Trip Khalaf quem está ali a ser representado.

Trip Khalaf

Esta foi a maneira encontrada para homenagear o engenheiro de som dos Queen, já que no filme o seu posto foi ocupado por Jim Beach. Mas os Queen tinham também outra vantagem, como Brian referiu numa antiga entrevista de rádio. A banda já estava habituada a tocar em estádios, tendo o guitarrista dos Queen referido especificamente que os concertos de estádio da América do Sul e no Japão os preparam para aquele momento. O grupo sabia perfeitamente como se adaptar aquele ambiente, quer em termos de engenharia de som, como de espetáculo e claro, sabiam como comunicar eficazmente com a audiência gerando assim um impacto maior.


A verdade é que o Live Aid marcou um período de ressurgimento dos Queen que na altura se pensava que estariam acabados, voltou a uni-los como banda e foi também a maneira perfeita de meter toda a polémica dos concertos na África do Sul atrás das costas.


No próximo fim-de-semana, para assinalar o aniversário dos lendários concertos do Live Aid, a M80, irá transmitir um especial com os momentos mais marcantes deste evento que marcou o ano de 1985 e toda a história da música. Emissão especial Sábado às 14h e Domingo às 9h.



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